Pedro Strozenberg, advogado e especialista em Direito Público, é o novo presidente do Conselho de Administração do Viva Rio, substituindo Sebastião Santos, jornalista, para um mandato de dois anos. A apresentação do novo presidente foi realizada em uma reunião de gerentes e supervisores, na sede da instituição em dezembro.
Pedro Strozenberg chegou ao Viva Rio em janeiro de 1994, através da cooperação com o Instituto de Estudos da Religião (ISER), quando se dedicou a uma pesquisa sobre criminalidade em Copacabana, que se desdobrou no policiamento comunitário, base para o GPAE (Grupo de Policiamento para Áreas Especiais) e posteriormente no policiamento de proximidade (UPP).
Pedro foi também um dos principais organizadores do Balcão de Direitos, projeto criado em 1996, que possibilitou a moradores de favelas a proteção jurídica e o acesso a documentos básicos. O Balcão de Direitos posteriormente se transformou em uma iniciativa de mediação comunitária de conflitos que se espalhou para vários estados do país. Pedro coordenou ainda a área de Segurança Pública e Direitos Humanos, com iniciativas de desarmamento e prevenção da letalidade.
Em 2007 Pedro saiu do Viva Rio para, no ano seguinte, assumir a Direção Executiva do ISER, função em que esteve vinculado até 2020. Por quatro anos ainda, Pedro ocupou a tarefa de Ouvidor Geral da Defensoria Pública do Rio de Janeiro.
Atualmente, Pedro Strozenberg é ouvidor-geral na Fundação Renova, entidade responsável pela mobilização para a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), ocorrido no dia 5 de novembro de 2015.
“Estou muito feliz nesse lugar, porque é um reencontro cheio de novidades. O Viva Rio é uma instituição inovadora, um diferencial importante para a sociedade civil do Rio de Janeiro e do Brasil. A instituição sempre trabalhou com temas valiosos para a população, especialmente a mais pobre, moradora da favela. O Viva Rio também tem contribuído para o desenvolvimento de políticas públicas”, fala, animado, Pedro Strozenberg.
Sobre os desafios e metas para 2023, ele aponta três principais: a primeira é a busca do fortalecimento da governança da instituição e das instâncias de transparência e controle; em segundo, fortalecer o espírito original do Viva Rio, a diversidade, a inovação e a ousadia; e em terceiro lugar, tornar a Diretoria Executiva e o Conselho de Administração instâncias complementares, que não se confundam entre si”.
Rubem César Fernandes, Superintendente Estratégico e um dos fundadores do Viva Rio, fala da alegria em ter Pedro como parte da equipe: “É um novo momento da direção da instituição, sempre pensava no Pedro para assumir. E para minha surpresa ele aceitou. Estamos em um período em que olhamos para frente com entusiasmo
O Conselho de Administração do Viva Rio
O Conselho de Administração tem como função olhar para o futuro e definir os grandes temas, além de discutir os caminhos pelos quais a instituição deve seguir. Preza um olhar institucional de médio e longo prazo, não se volta para questões cotidianas. Deve ser composto por membros internos e externos, de acordo com critérios do estatuto que rege as Organizações da Sociedade Civil. Tem uma composição plural, de pessoas com conhecimento nas áreas de intervenção do Viva Rio e que possam agregar na leitura do futuro e na sustentabilidade.
De acordo com Pedro, um dos papéis do Conselho é avaliar temas que deverão ser prioritários e qual enfoque o Viva Rio vai dar a esses temas.
“Por exemplo, agora tivemos uma mudança de governo. O tema do desarmamento, que faz parte da história do Viva Rio, está no cerne das nossas atividades e talvez seja um tema importante de trazer para o momento. Foi assunto proibido nos últimos quatro anos, que agora pode voltar com força ao debate”, reflete Pedro.
O novo presidente se propõe a organizar o Conselho de Administração com suas duas instâncias regulares, Compliance e Ouvidoria, que são porta de integridade, controle e escuta. Também vai reforçar o papel de análise de riscos que o Viva Rio tem assumido.